sábado, 14 de fevereiro de 2009

PRAZER PELA METADE




Prazer pela metade


Prazer pela metade
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido ? Uma só. Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação. O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil'). Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai. Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação... Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado' ? deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções. Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'... Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem press a no corpo, o coração saciado. Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora. Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK ? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.


Autora ***Leila Ferreira***
Leila Ferreira é uma jornalista que adora colecionar histórias das loucuras e das manias femininas. É autora do livro Mulheres: Por que Será que Elas...?, da Editora Globo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Você sente INVEJA?


"A inveja é considerada no meio psicológico um dos sentimentos mais complexos do ser humano. São Tomás de Aquino já dizia que a inveja é não querer o bem do outro.
Segundo o dicionário Houaiss é um sentimento no qual se misturam ódio e o desgosto, e que é provocado pela felicidade, prosperidade de outrem.
As pessoas geralmente não percebem quando sentem inveja uma das outras, pois já estão acostumadas com isso, segundo o psicólogo Cláudio Bacellar. Ele ressalta que muitos confundem inveja com ciúmes: “inveja implica a relação de duas pessoas, ciúmes de três".
Este estranho sentimento, encontrado em diversos lugares, aumenta a frustração da pessoa em sua vida, fazendo com que ela sinta-se incapaz, culpada, e até mesmo cometa sutis intrigas, como nas novelas. Por exemplo, em um emprego onde se comenta ao chefe, que "fulano não se dedica ao que o cargo exige", supondo ser uma função que ele almeje.
O estudante de direito, Rafael Pereira, 22, acredita que a inveja surge quando uma pessoa acredita que algo que pertence a outra deveria lhe pertencer, pode ser material, afetivo ou espiritual. “Acho que às vezes é inevitável não atrair a inveja das pessoas. A gente acaba se colocando em posições que são disputadas por muitas. Tive uma fase na minha vida em que eu vivia deprimido sem ter motivos, nem depressão eu tinha. Eu acho que era inveja mesmo, coisas negativas em cima de mim” disse ele.Rafael diz que é importante orar contra esse mal, e crê que a única forma de combatê-lo é através da oração, pois a inveja tem uma força que não é de Deus, e somente Jesus pode nos ajudar a lutar contra isso. Segundo o Padre Marcelo : “É importante orarmos contra a inveja que nos ronda, como também aquela que possamos sentir”.